Páginas


Para acessar os Blogs do Castelinho clique aqui!

sábado, 21 de novembro de 2009

Turmas 213, 214, 215, 216



Trabalho individual que deverá ser entregue até dia 12/12/2009. A entrega corresponde à presença da aula do dia 05/1/-2009 e parte da avaliação do 4º trimestre.

TAREFA: 1º- Ler as duas crônicas abaixo.
2º- Escolher uma delas e fazer uma dissertação utilizando-se de argumentos dos conteúdos desenvolvidos nas aulas sobre Violência Doméstica.




O terceiro incluído
Diana Corso - psicanalista
O que leva um garoto de 11 anos a esgueirar-se para dentro da carroceria de um ônibus, viajar nove horas clandestino sobre o pára-lama, 600 quilômetros rumo a Aparecida, para pagar uma promessa? Ele não foi em busca de arrancar da morte um ser querido, nem de dinheiro para driblar a miséria, nem sequer uma bicicleta ou namorada. Ele queria que os pais parassem de brigar. Esse excêntrico peregrino fez sua façanha semana passada em São Paulo.
Briga de casal faz parte da vida a dois, em geral passa. Já algumas crises conjugais são guerras abertas, incluem inocentes entre os mortos e feridos. Antes do armistício há um longo percurso de ódio em que os envolvidos não querem solução, precisam destilar sua fúria. Esse é um momento do casal próximo da paixão: apaga-se o mundo em volta, sobram só os dois, agora rivais, concentrados um no outro. Aos filhos resta sobreviver e jamais saem intactos.
Não sou contra separações, muitos casais sobrevivem à dor, inevitável, do rompimento rumo a uma vida certamente melhor. Mas nem sempre é assim: muita gente desiste por perfumaria, promessas ridículas de felicidade e gozo que nunca alcançarão. Esse menino, cuja fé motivou o feito, é o testemunho do terceiro incluído nesse conflito. Quando há filhos é evidente que sofrerão também com a separação.
A concepção é uma síntese não apenas biológica. Um filho sente-se eternamente representante de um instante a dois, de sexo e ou amor. A dissolução do laço que o originou sempre questiona sua origem: cheguei aqui em nome de algo que não existe mais, ou que faz sofrer aos meus pais? Por isso o filho se envolve, culpa-se, responsabiliza-se pelo destino do conflito, como fez esse garoto.
O pequeno fiel deu visibilidade ao lado frágil do conflito conjugal. Nem sempre os filhos perdem com a separação: um cotidiano miserável, de gritarias, violência ou ódio silencioso, é certamente pior do que a paz da derrota. Tampouco serve manterem-se juntos, prolongando uniões que na prática já acabaram, em nome dos filhos, tornando-os responsáveis pela miséria do casal. Isso em geral é mentira: ninguém permanece casado ou se separa por causa dos filhos. Não pensam realmente nos filhos quando o assunto é amor ou o fracasso do amor. Quando o casal goza, não pode nem deve incluí-los, quando se odeiam ou rompem, tampouco o fazem. Mas o envolvimento é inevitável, eles pegam carona na crise, como o garoto fez no ônibus. Haja santa para proteger tantas almas sofridas.
ZERO HORA - 28 de outubro de 2009 N° 16138


Quando a droga substitui o pai
Luiz Fernando Oderich
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que do total da população brasileira, o percentual de adolescentes infratores, entre 12 e 18 anos, representa 15%, ou seja, 0,2% da população do país responsável pela prática dos atos infracionais. A droga aparece como um dos principais fatores, sempre que averiguarmos os motivos que levaram esses jovens ao mundo do crime. Por que ainda é tão difícil achar uma solução para combater esse problema entre nossos jovens, a despeito das ações públicas e não-governamentais? Simples, porque muitos ainda teimam em não ver o óbvio: que a solução está na educação preventiva e no exemplo que se recebe dentro de casa.
Falar nesse assunto é tocar na ferida de muitos que atribuem à escola a responsabilidade de educar seus filhos. No entanto, esquecem que as escolhas que eles farão por toda a sua vida dependem dos valores morais, éticos, assim como do carinho e do respeito que recebem em casa, dos pais ou daqueles que assumem esse papel.
Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, em 2006, reforça essa afirmação. O estudo feito com menores infratores apontou que a relação do uso de drogas com o primeiro ato infracional, entre os adolescentes, está diretamente ligada com a estrutura familiar que eles tiveram.
Nesse contexto, a figura do pai cresce em relevância. Psiquiatras afirmam que as ações esperadas pelos filhos de seus próprios pais são a noção clara de limites, junto com o acolhimento e o carinho. Quando isso não acontece, um elo se rompe na relação. Uma mãe sozinha pode criar e educar seu filho. Existem vários casos de mães solteiras, divorciadas, viúvas, que criaram suas crianças longe das drogas e, hoje, são adultos saudáveis e bem-sucedidos. Mas, nos casos em que as coisas dão erradas, quando aprofundamos a pesquisa, vai se vir que em dois terços dos casos lá está a ausência ou a omissão do pai como causa.
A criança e o adolescente que se comportam de modo anti-social estão pedindo socorro, solicitando o controle de uma pessoa forte, amorosa e confiante: o seu pai. E quando ele falta, via de regra, a droga acaba ocupando o seu lugar.
Autor: *Presidente da ONG Brasil Sem Grades
Fonte: Zero Hora - RS – 04-07-2008
Bom trabalho
Professora Maristela Alves


Nenhum comentário: